Este projeto se dedica a mapear e investigar os novos modelos de produção cinematográfica que emergem no interior paulista. A abordagem considera fatores como condições de trabalho, perfis étnicos dos envolvidos, incidência temática afirmativa, perspectiva autoral e identidade regional, além do reconhecimento dessas obras no mercado cinematográfico. Com essa análise, a intenção é estimular reflexões sobre inovações nos modos de produção, valorizando o território como elemento essencial no desenvolvimento das obras.
Marcella Arnulf é atriz, roteirista e diretora pós-graduada em Direção de Artes Cênicas, fundadora da Master Shot e do Cinema das Margens.
Marília Chaves é roteirista, produtora, editora e tradutora.
Cristina Barretto de Menezes Lopes (Kit Menezes) é cineasta, artista e educadora.
Meu nome é Guilherme e faço filmes comunistas com os meus amigos.
Deivid Mendonça é roteirista, pesquisador, produtor executivo e bacharel em Audiovisual pela UFRJ, com mais de 10 anos de atuação.
Kalyell Ventura é Cineasta negre e não binárie, formada pela Universidade Federal do Ceará e Mestrie em Políticas Públicas pelo Insper.
Editor e Diretor. Cineclubista desde 2010, dirigiu dezenas de curtas. É membro do ICINE.
Laura Diniz é roteirista, diretora, produtora e cofundadora da Minka Filmes e do núcleo criativo REALIZE.CONTENT.
Victor Fisch é morador de Ubatuba, roteirista, cineasta e produtor de festivais, como o FICSU – Festival Internacional de Cinema de Surf de Ubatuba, Soy Loco Por Ti Juquery, entre outros.
Antonio Fargoni é pesquisador, professor, realizador audiovisual e o idealizador do Cinema Instantâneo
A partir do entendimento sobre a capilaridade das produções interioranas, queremos formar uma rede de realizadores das margens. Acreditamos que essa integração pode ser benéfica para a visibilidade, articulação entre os atores envolvidos e também para a preservação do que se faz em nossos tempos.
O Cinema das Margens investiga e valoriza a produção audiovisual do interior paulista, destacando suas narrativas, estéticas e modos de produção. O projeto busca mapear iniciativas, fomentar redes de colaboração e ampliar o acesso ao conhecimento sobre esse cinema, refletindo sobre sua relevância cultural e política. Além disso, propõe a descentralização da produção e exibição audiovisual, questionando modelos tradicionais e incentivando novas formas de organização, financiamento e distribuição, fortalecendo um cinema autônomo e inovador.
Nossa metodologia de pesquisa é conduzida em três fases distintas:
O cinema brasileiro é rico e diverso, mas a produção audiovisual sempre foi concentrada no eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Iniciativas à margem vêm desafiando essa lógica, com formas mais justas de produzir e distribuir filmes. Um exemplo é A Moça que Dançou com o Diabo que, mesmo com baixo orçamento, destacou-se no cenário nacional e internacional, mostrando que a criatividade e a inovação podem superar limitações técnicas e dar visibilidade a novas formas de fazer cinema.
Espera-se que as publicações resultantes desta pesquisa contribuam para a ampliação da diversidade cultural, valorização e promoção dos profissionais e movimentos audiovisuais à margem no interior de São Paulo. Além disso, o projeto Cinema das Margens visa fomentar a reflexão crítica e a união dos produtores interioranos, evidenciando a importância do fomento e incentivo para novas formas democráticas e representativas de produção audiovisual.
O projeto “Cinema das Margens” deflagra um potencial pulsante para auxiliar na democratização do acesso à produção cinematográfica no Brasil. Ele enaltece obras e agentes culturais à margem, investigando um contexto ainda pouco explorado e valorizado: os modelos de produção de obras interioranas de baixo custo. O projeto busca não apenas compreender a produção audiovisual brasileira atual, mas também contribuir de forma propositiva para um futuro do cinema interiorano profissional, descentralizado geograficamente e diversificado em amplos sentidos. Ao formar uma rede de realizadores das margens, almejamos criar um ambiente de maior visibilidade e articulação entre os atores envolvidos, além de preservar e valorizar a rica produção audiovisual do interior paulista.